terça-feira, 9 de março de 2010

BRAZIL! GET PUMPED!!! Entrevista com Nick Woods, do Direct Hit


Direct Hit! é uma banda de pop punk de Milwaukee, Wisconsin, EUA, foda pra caralho.

Eu a conheci através do twitter, quando o Nick Woods - fundador, guitarrista, vocalista e letrista do Direct Hit! - começou a me seguir do nada lá por lá.

Depois de alguns poucos meses ouvindo o EP "#3" da incrível banda dele e trocando algumas figurinhas, resolvi convidá-lo para dar uma entrevista exclusiva aqui para o Fish & Candy e que inclusive, para a minha felicidade, é a primeira dada a um blog brasileiro.

Então se você gosta de Bomb The Music Industry!, The Lillingtons, Teenage Bottlerocket, Green Day, Blink 182 e bandas nessa linha e que falem sobre zumbis, aliens e coisas divertidas, recomendo que conheça o Direct Hit!.

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E baixe o mais recente EP, "#4", gratuitamente ou com alguma doação em:
http://directhit.bandcamp.com

Leia a entrevista que fiz com o Nick, no dia 5 de março, onde a gente conversou sobre vários assuntos, como: Ídolos, inspirações, planos para o futuro, lançamento em vinil, zumbis, ETs, Brasil e claro, That '70s Show.

*


Angélica (Fish&Candy): Primeiramente, gostaria de saber como a banda começou, quando isso aconteceu e quantos EPs vocês já lançaram (foram quatro, estou certa?).

Nick Woods (Direct Hit!): Direct Hit começou enquanto eu ainda estava tocando com a minha antiga banda, The Box Social. Eu tinha poucas músicas escritas que eram um pouco barulhentas e rápidas comparadas com o resto do nosso material. Aí o Brian (nosso baterista) e eu começamos a tocá-las por uns tempos, só por diversão, com um amigo nosso, o Jackson, tocando baixo. Inclusive, foi o Brian que surgiu com a ideia do nome da banda, em 2007 ou por volta disso. Desde então, nós tivemos uma rotação constante de diferentes membros (Brian e Jackson não estão mais na banda) e nós não tínhamos realmente um lineup consistente até poucos meses atrás, mas conseguimos gravar e disponibilizar quatro EPs on-line, que nós os vendemos por doações.

Angélica (Fish&Candy): Quais são os membros da banda? E eles são seus amigos de infância ou de escola/faculdade?

Nick Woods (Direct Hit!): Direct Hit é Nick Woods, Danny Walkowiak, Mike Esser, Robbie Schroeder e Alex Hill. A banda já teve um montão de outros membros, então explicar como que chegamos até essa formação atual, é um pouco complicado... Eu conheci o Danny numa apresentação do Direct Hit, que fizemos com uma banda amiga, a Bust!, enquanto acontecia um tipo de entra e sai de bateristas. Mas eu já o conhecia há bastante tempo, assim como a antiga banda do Robbie, The Accidents. Então Danny fez um teste para tocar bateria e entrou para a banda pouco tempo depois disso. E quando nosso baixista nessa época deixou a banda, Robbie passou a assumir os graves do Direct Hit. Durante esse meio tempo, eu estava procurando um outro guitarrista para fazer as coisas soarem com mais clareza ao vivo e aí conheci Mike, através de um amigo nosso. Tocamos com essa formação - quatro membros - durante um tempo. Então eu resolvi chamar a Alex para tocar teclado, quem eu conheço desde quando comecei a frequentar shows de pop punk, quando eu tinha 15 ou 16 anos. Todas essas peças levaram bastante tempo até ficarem juntas, mas as coisas tem estado bem firmes por agora.

Angélica (Fish&Candy): Quero aproveitar que estamos conversando, para falar que o EP "#3" é viciante e sensacional! E é ótimo para ouvir em diversas ocasiões. "They Came For Me" é uma das melhores músicas que eu já ouvi nesses últimos anos e eu fiquei muito feliz em ter descoberto a banda por causa desse EP. Aliás, com que frequência vocês pretendem lançar os EPs? E eles sempre terão títulos numéricos?

Nick Woods (Direct Hit!): Valeu! Todos os EPs que fizemos tiveram pessoas diferentes tocando os instrumentos, então eu acho que vamos dar um tempo depois do lançamento do EP "#5", que provavelmente sairá durante esse verão [hemisfério Norte, ou seja, final de junho aqui no Brasil].
Eu realmente quero regravar todas essas músicas que já lançamos, com esse lineup atual. Principalmente porque eu sou um puta narcisista e quero ouvir as gravações com os melhores músicos com os quais eu já toquei. Uma vez feito isso, eu espero que a gente possa lançar um álbum completo com as melhores músicas e lançar o resto em vinil. E inclusive, esses próximos lançamentos terão nomes de verdade, sem números. :) Nós também vamos lançar um split 7" com os nossos amigos The Transgressions e também estamos trabalhando em outro split 7" com um outro grupo de amigos nossos, lá de Illinois. Então, respondendo a sua pergunta - Nossos lançamentos nem sempre terão números nos títulos, mas nós provavelmente voltaremos a fazer isso uma vez que começar a ficar chato e tivermos que escrever novas músicas de novo.



Angélica (Fish&Candy): Recentemente - sendo mais precisa, no dia 2 de março - vocês lançaram o EP "#4" (que inclui a música "Monster In The Closet", que é incrível. É a minha favorita desse novo EP). Quais são os planos para esse lançamento?

Nick Woods (Direct Hit!): Sinceramente, não temos planos para nenhum de nossos lançamentos. Fazer e executar planos, dá um trabalhão e nós queremos nos distanciar de qualquer coisa que pareça como um trabalho. Se divertir é o primeiro objetivo do Direct Hit, então nós meio que gravamos as coisas quando temos tempo e dinheiro e aí, colocamos na internet para quem quiser ouvir. Foi assim que lançamos o "#4" e eu tenho ficado surpreso em ver como a resposta tem sido positiva. É estranho o quanto você tem que forçar as pessoas para ouvirem novas músicas atualmente... Há tantas bandas em comparação com quando nós estávamos aprendendo a tocar nossos instrumentos e todas elas querem atenção. Eu acho que já superei isso com a minha banda anterior, por isso que eu fiz um esforço de me preocupar o mínimo possível com Direct Hit além de escrever canções cativantes e ter bas gravações delas, para ouví-las quando eu estiver velho e chato.

Angélica (Fish&Candy): Como foi que surgiu essa parceria com a Death to False Hope Records e como você vê o futuro da banda agora?

Nick Woods (Direct Hit!): Um dos caras que comandam o selo, me mandou um e-mail do nada dizendo o quanto ele havia gostado dos EPs "#3" e "#4" e aí me perguntou se ele poderia ajudar a fazer com que eles [os EPs, obviamente] entrassem também no cérebro de algumas outras pessoas. Nós não disponibilizamos os nossos materiais antigos para as pessoas fazerem download por um monte de razões diferentes, então eles acabaram oferecendo ajuda só para o EP "#4", já que ele é o mais novo.

Já em relação a segunda parte da sua pergunta, de proprósito, eu não tento enxergar o futuro da banda. Tentar conseguir algum tipo de objetivo a longo prazo, tornaria o Direct Hit um trabalho e eu já tenho um desses, então não preciso de outro. É muito mais fácil para nós, escrevermos as músicas quando não estivermos estressados por não ter conseguido atingir um certo ponto de nossas "carreiras", num determinado tempo. Eu aprendi isso por um caminho mais difícil, ao ver que pensar na música desse jeito, faz com que ela seja totalmente chata.

Angélica (Fish&Candy): Quais são as suas inspirações para as letras?

Nick Woods (Direct Hit!): Acho que fazer essa pergunta pra mim é a mesma coisa que perguntar para o Jerry Bruckheimer ou Michael Bay, como que surgem as ideias para os seus filmes. Eu acho os filmes deles desastrosos, mas eu posso simpatizar com algo escrito apenas para ter o valor absoluto de entreter, porque é assim que eu faço as letras. Eu propositalmente não tento fazer uma declaração sobre qualquer tipo de filosofia ou sobre a verdade mais profunda, porque eu sempre escutava música para escapar desse tipo de pensamento. Enquanto eu não souber a verdadeira inspiração por trás de suas músicas, quase posso garantir que Glen Danzig [Misfits] ou não estava tentando fazer algum tipo de afirmação sociopolítica tão grande quando ele ou quem quer que seja que escreveu "Teenagers From Mars". Eu venho dessa mesma escola, por sinal - é muito mais divertido e empolgante ouvir um música sobre zumbis ou aliens ou assassinato ou festas, do que ouvir algum idiota falando sobre a guerra no Iraque. Essas são questões importantes, eu acho, mas eu posso ouvir essa merda no canal CNN. Eu não preciso ouví-las enquanto eu estiver tentando ficar extasiado antes de um jogo dos Brewers [equipe profissional de baseball, de Milwaukee] ou algo do tipo.

Angélica (Fish&Candy): Quando você começou a tocar guitarra e quem foi que te influenciou a fazer isso?

Nick Woods (Direct Hit!): Eu acho que eu tinha uns 12 anos - Minha mãe comprou uma guitarra pra mim, porque ela achava que poderia me manter longe das drogas e também porque eu escutava muito Metallica.



Angélica (Fish&Candy): Quais são as suas maiores influências e de que forma você as trouxe para o som da banda?

Nick Woods (Direct Hit!): Andrew WK, The Ramones, Bruce Springsteen e Green Day são realmente quatro artistas/bandas que eu gostaria de fazer com que o Direct Hit se parecesse no começo. Mas para te falar a verdade, as partes que eu escrevo são mais influenciadas pelo Top 40 [um portal musical da internet, que tem 49 paradas musicais de 25 paises e mais de 26.000 musicas registradas] do que outra coisa. Mas eu não posso falar pelo resto da banda - eu vou ensaiar com uma estrutura de uma canção escrita, mas todo mundo escreve as suas próprias partes e rascunhos a partir de um conjunto completamente diferente de influências do meu. Robbie gosta mais de coisas técnicas e músicas estranhas como Lightning Bolt e Daughters, considerando que eu acho que o Mike tende a ser influenciado mais pelo pop-punk moderno. Danny e Alex tem seus favoritos também que provavelmente são muito diferentes dos meus. E tenho certeza que isso influencia o modo como eles vêm com suas partes de músicas, mas aí você teria que perguntar pra eles. Só posso falar por mim. Posso dizer que todos nós temos um respeito por melodias cativantes, tocadas bem. O compromisso entre nós sobre o que isso significa, é exatamente o que faz o nosso som.

Angélica (Fish&Candy): Você gostaria de dividir o palco com quem? E como é dividir o palco com bandas como Black For a Second e The Manix?

Nick Woods (Direct Hit!): Eu ficaria feliz pra caralho se tocasse com o Slayer. Ou o Jay-Z. Um dos dois. Embora isso provavelmente nunca vá acontecer. Mas é muito mais legal fazer shows com os nossos amigo, como esses dois grupos que você citou. Você pode se dar ao luxo de ter um apagão antes de tocar, sem se sentir como um total e completo perdedor, quando você acordar com todo o mobiliário da sala de estar empilhado em cima de seu corpo desmaiado.

Angélica (Fish&Candy): Antes do Direct Hit você teve quais bandas? Eu sei que você toca guitarra com The Saltshakers (que também é sensacional), mas eu não sei quem nasceu primeiro. E além desses dois, você tem outros projetos?

Nick Woods (Direct Hit!): Todos nós temos projetos paralelos ao Direct Hit. Danny e Robbie tocam juntos, só bateria e baixo, num grupo que eles chamam de Johnny's Goin Heavy. Danny também toca bateria com o Bust! às vezes. Robbie e eu temos feito uma brincadeira por aí, com dois baixistas e um baterista e chamamos de La Tenia. Alex tem um projeto solo que inclusive, ela vem trabalhando nele há um bom tempo. Mike tem outra banda chamada The Latchkey Kid. E como você disse, eu toco guitarra com um grupo chamado The Saltshakers. Eu acho que todos nós iríamos pirar se só pudessemos tocar em uma banda por vez. Eu já fiz isso por cinco anos com meu outro grupo e tem sido incrível não me limitar a um só projeto.

Angélica (Fish&Candy): Espero poder ver um show do Direct Hit algum dia. Mas até esse dia chegar, me conte como são os shows. Vocês fazem algum cover, alguma versão ou só mesmo tocam o trabalho autoral?

Nick Woods (Direct Hit!): Nada além de coisas próprias. Aprender as músicas dos outros é mais difícil do que fazer as suas próprias.

Angélica (Fish&Candy): O que você sabe sobre o Brasil? Suponho que quase nada, né? hahaha

Nick Woods (Direct Hit!): Sei porra nenhuma do Brasil, com execão de que nós temos algumas pessoas mandando recados dizendo o quão incrível o seu país é. Compre passagens de avião pra nós e estaremos chegando aí amanhã.

Angélica (Fish&Candy): E por último, eu preciso perguntar isso: Você é de Wisconsin... Você assistiu That '70s Show? Digo, você gosta? Porque na minha opinião, foi o melhor programa de TV que eu já vi!

Nick Woods (Direct Hit!): hehe, Eu assisti até a reprise. A Mila Kunis é gostosa pra caralho.



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Por: Angélica Albuquerque

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