domingo, 24 de janeiro de 2010

A boa é... The Cure: "The End Of The World"


Inaugurando a seção "A boa é...", começo por "essa banda aí", esse CD, essa música.

Não vou esconder (até porque, não há razão para isso): Eu amo
The Cure, eu amo a música "The End of the World" (do homônimo décimo segundo CD da banda). Ela é, sem dúvida, uma minhas músicas favoritas de todos os tempos.
A letra, a melodia, o arranjo, a voz do Robert Smith... Tudo vai na alma, te faz refletir e te dá uma sensação estranha no estômago.
Foi assim que me senti na primeira vez que a ouvi e é assim que sempre me sinto quando a ouço. E olha que esse foi o primeiro single do álbum de 2004, que levou o simples título "The Cure".
Este álbum, inclusive, marcou a verdadeira "volta musical do Cure".

Após o sucesso de "Disintegration" (lançado em 1989), a banda tentou fazer um álbum melhor, para que pudesse superar o tão aclamado já citado. Então, em 1992, lançou o "Wish". O álbum não deixa de ser bom e muito menos de ser notável. Embora tenha sido a melhor venda da carreira da banda, ele não conseguiu concluir a missão difícil de superar as expectativas do "Disintegration". Mesmo assim, o Cure conseguiu atingir o auge da fama nessa época.

Porém, a banda passou por um declínio comercial em 1994, que acentuou-se com o lançamento do álbum "Wild Mood Swings" (1996).
Antes disso, dois membros haviam deixado a banda: o baterista Boris Williams e (de novo) o guitarrista Porl Thompson (que voltou para a banda depois, só em 2004).
Robert Smith estava sendo processado, por Lol Tolhurst, 1991, contra a sua pessoa e a Fiction Records, por direitos sobre o nome da banda e mais direitos financeiros que julgava ter.
Apesar de ter perdido o caso, Lol Tolhurst causou danos ao Cure, que neste período praticamente deixou de existir.
Então, durante esses anos a banda só fez alguns shows (inclusive novamente no Brasil: Em São Paulo e no Rio de Janeiro - a primeira vez tinha sido em 1987) e em 1997, lançou a compilação "Galore", que não obteve o sucesso esperado.

O Cure só foi ressurgir em 2000, com o álbum "Bloodflowers", que, segundo Robert Smith, completa a trilogia iniciada com os álbuns "Pornography" e "Disintegration".
Porém, Robert tinha dito (mais uma vez) que quando a turnê de divulgação desse CD terminasse, iria ser o fim também para o Cure.
Mas o álbum animou a banda e inclusive, foi indicado na categoria de melhor álbum de rock alternativo, pelo Grammy Awards.
Em novembro de 2002, o Cure fez uma turnê dessa trilogia já citada, em Bruxelas e Berlim. Em cada uma destas três noites, eles apresentaram as três obras completas, perante a uma platéia enlouquecida. As duas últimas noites podem ser revistas parcialmente no DVD "Trilogy", entretanto editado pela banda.

Por volta de 2002/2003, várias bandas começaram a falar que tinham sido influenciadas pelo Cure e sobre o quanto gostavam do trabalho feito por Robert Smith.
o Cure então foi considerado uma das bandas que mais influenciou o rock alternativo moderno e com isto, ganhou um prémio da revista inglesa Q, "The Most Inspiring Band" perante uma plateia que recebeu Robert Smith de pé.

Sendo assim, em 2004, eles lançaram o álbum que me fez escrever tudo isso para chegar até aqui: "The Cure".
Na minha opinião (e na de alguns também), é o melhor álbum desde o "Disintegration".
(Uma prova disso é que o seu lançamento rendeu ao Cure, no mesmo ano, o especial MTV Icon e também a entrada para o Rock Walk of Fame, passando a figurar ao lado das maiores lendas de música rock mundial).

Todas as músicas desse álbum tem pegadas, arranjos, linhas de baixo, melodias e letras que nos fazem lembrar dos "anos dourados" do Cure e que também nos transportam - realmente - para outra dimensão.
Não há como pular as faixas e não apertar repeat quando o álbum termina (inclusive, "The Promise", a faixa que dá fim ao disco, tem dez minutos e vinte e três segundos de pura obra prima). O CD mostra um Robert Smith mais emotivo, mais sensível e mais observador do que nunca.

Meu destaque vai para o primeiro single desse CD: "The End of the World".
Tudo nessa música é inspirador e emociona. Porém, ela é uma música bem dançante e bem "pop", perante as outras deste álbum da banda.
Eu ia postar só o link para o videoclipe oficial, mas é preciso postar este outro também:



Ao meu ver, é uma das performances mais lindas dessa música que o Cure já fez. Robert Smith muda o tom da sua voz em alguns momentos, fazendo com que a música fique mais acolhedora do que já era.


Vale dizer também que o Cure lançou em 2008 (após quatro singles de promoção e um EP) o álbum "4:13 Dream", que é o décimo terceiro da banda.

Se você nunca parou para ouvir The Cure, analisar as letras, perceber o quanto Robert Smith é um puta vocalista, prestar atenção nos arranjos e em cada instrumento separadamente, digo com toda a tristeza que pode haver em mim: É uma pena.

Vá, escute The Cure! Comece pela trilogia e depois ouça o álbum de 2004.

É um favor que você fará aos seus preciosos ouvidos.

Por: Angélica Albuquerque

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